Excelente texto bem argumentado como sempre, é de fato evidente no nosso cotidiano que tudo ou quase tudo se passa em mídias sociais e compartilhamento, hoje temos uma necessidade de compartilhar idéias e opiniões, de expressar da forma mais clara, rápida e direta possível. seja com 1400 caracteres ou não, claro que quando a mensagem vem resumida e razão, e as vezes meio tendenciosa, isso repercute e surte um efeito maior e mais rapidamente. Em qualquer discussão via facebook ou twiter é no mínimo coerente que se busque mais sobre aquele assunto, afinal todo história tem no minimo dois lados. No meio politico vemos o PT, que esta a muito tempo no poder que não tem mais controle sobre o partido em si, e não consegue disvincular o "ódio e o Antipetismo" que está claramente inserido no cotidiano das pessoas, "afinal ou você morre herói, ou vive tempo suficiente pra ver você mesmo se tornar vilão." O outro lado desta historia é o PSDB, que assim como o PT, não consegue se desnvicular da imagem de " Elite Burguesa e Opressora" fizeram tanta coisa e não estão nem ai pra possibilidade de reverter sua imagem em meio aos eleitores. Um virou Herói o outro virou vilão, o bom e o mau, certo e errado, mas é sabido que estão longe disso. O Marketing politico que ambos usam é o de ficar apontando a merda do outro para que os eleitores não vejam a que eles escondem... No meio tem o PMDB que banca a mediação buscando quem sempre o lado que o favorecer melhor.
"1400 caracteres": a necessidade de encontrar respostas compartilháveis por um clique
Afirmar que a população atual lê menos que em outras épocas é ter uma perspectiva muito conservadora sobre o que é a leitura. Nunca se leu tanto. O facebook e o whatsapp (como meios de proliferação de links para blogs, sites etc.) têm garantido um volume de leitura destacável para a maior parcela da população. A questão é: o que se lê. Se por um lado a quantidade de leitura aumentou, por outro aumentou a procura por textos rápidos e de grande apelo. Isso sem falar das opiniões de twitter, comprimidas em 1400 caracteres. O problema é que diversas questões não são possíveis de serem explanadas em somente um post. Para elas é necessário grandes estudos, ensaios, livros até. Porém a disposição da sociedade em substituir essa leitura rápida por outra mais profunda está longe de ser uma realidade. Resultado: convivemos diariamente com informações superficiais veiculadas no modelo da "publicidade jornalística", ou do "jornalismo publicitário". Uso essas expressões pois esse jornalismo super-veloz e hiper-apelativo costuma ser largamente parcial. Unido isso ao fato de haver uma tendência humana em buscar "bodes expiatórios", e em identificar a culpa de seus problemas no outro, e não em si mesmo, presenciamos o crescimento do "Marketing da Radicalização".
No cenário político, vemos o PT dissimular a incoerência de sua atuação contemporânea com o bem-estar da população por meio de um excesso de referências aos feitos de seus primeiros anos de governo, mesmo que esses feitos não justifiquem em nada a permanência do partido no poder. Eles usam como principal arma o elitismo e a boçalidade de boa parte do eleitorado do PSDB e de seus dirigentes. O PSDB se utiliza de seu status de oposição para fingir ser melhor que o governo, quando na verdade estão intimamente envolvidos nos mesmos escândalos e práticas de corrupção, além de igualmente não representarem os anseios da população. O PMDB se mantem refratário, aproveitando sua posição privilegiada de poder negociar em termos arbitrários com o governo, ao mesmo tempo em que pode fomentar um impeachment, que beneficiaria ao próprio PMDB, junto com a oposição, em troca de apoio ao PSDB em 2018.
Os marketeiros políticos então, com seus produtos indefensáveis, optam pela estratégia do ataque, o que tem dado certo. A população se radicaliza enquanto figuras infames como Bolsonaro e Malafaia aderem a uma agressividade teatral a fim de cooptar os mais exaltados desse processo de radicalização para suas esferas de influência. A indústria da radicalização via redes sociais serve, então, para todos os poderes estabelecidos dentro desse processo, de ambos os lados. A população segue ao mesmo tempo furiosa e incapaz de realizar qualquer mudança substancial, enquanto para os partidos e marketeiros ainda vale a pena vender seu produto como o "menos pior".