Trilogia "O Hobbit": quando um filme é lançado no tempo errado

16/03/2015 12:45

    A década de 1990 foi um período de opulência no cinema Hollywoodiano. Os filmes não ganhavam 3 ou 4 Oscars, eles eram premiados com 8, 9 ou até 11 estatuetas, ano após ano. Foi uma década de superproduções, tais quais Titanic, O Paciente Inglês, Coração Valente, Shakespeare Apaixonado. Os espectadores se deslumbravam com figurinos, direção de arte, fotografia. Essa foi uma das razões que tornou a trilogia “O Senhor dos Anéis” tão importante. A trilogia de Peter Jackson zerou o quesito perfeição de produção. Todos os elementos do filme são belíssimos, e atuam bem conjuntamente. A Terra Média é um lugar rico de detalhes, deslumbrante, e a câmera passeia com criatividade por esse universo, por meio de planos-sequência, uso adequado do CGI, muitos travelings e enquadramentos extremamente abertos. É, sem dúvida, um grande feito de direção. Mesmo sua trama sendo uma novelinha (redonda e bem construída, mas) anacrônica com um protagonista pouco carismático, os filmes tornaram-se clássicos instantâneos, e merecidamente.

    Dez anos depois, Peter Jackson lança a trilogia “O Hobbit”. Está lá a produção belíssima; está lá a Terra Média, e continua impecável; está lá a direção inspirada, que realiza cenas de ação praticamente inigualáveis; e tudo isso parece ainda mais deslumbrante com o uso do 3D (muito bem utilizado, diga-se de passagem); a trama é outra novelinha redonda e bem construída, mas anacrônica, só que dessa vez o protagonista é infinitamente mais carismático. O que poderia dar errado?

    Dois elementos praticamente arrastam a experiência de se assistir ao Hobbit, do deslumbre de O Senhor dos Anéis ao simples cansaço e indiferença. Primeiramente, o tempo não poderia estar mais errado. Se “O Hobbit” tivesse sido lançado logo após os filmes originais, ele continuaria o fenômeno do mesmo ponto; se tivesse sido lançado 20 anos depois, ele seria embebido em nostalgia; no momento em que ele foi lançado, herdou apenas uma grande ressaca da trilogia original. Quando um grande filme faz sucesso, outros procuram imitá-lo, essa enxurrada de imitações conduz a um cansaço daquele estilo, o que leva as pessoas a questionarem o valor do filme original, apenas com a poeira baixada a obra passa de sucesso contemporâneo a clássico. O problema é que O Hobbit foi lançado em plena ressaca de O Senhor dos Anéis. Os filmes são tão esmeradamente dirigidos quanto os originais, mas atualmente isso não emociona praticamente ninguém, somente uns fãs aficcionados. Isso é um demérito de “O Hobbit”? Não. O filme passa longe de ser a porcaria que muitos apregoam por aí, mas ele acaba não tendo metade da relevância do original devido a essa incoerência histórica com os anseios do público.

    Para piorar, o Peter Jackson, apesar de ser um grande diretor, tem claramente um problema, já perceptível em O Senhor dos Anéis, mas que aqui acaba se unindo com essa impaciência do público para gerar um caldeirão de desencanto: ele se estica em situações para satisfazer seus próprios anseios nerd, sem observar que o público não possui a mesma empolgação que ele. Assim vemos um diálogo se esticar por horas simplesmente por ser chefiado pela dupla Martin Freeman e Benedict Cumberbacht, da série Sherlock; vemos um personagem sem maior importância ganhar cenas desnecessárias, apenas porque o ator escolhido foi o Dr. Who original; vemos anões cantarolando musiquinhas folclóricas num filme que espera que o espectador esteja totalmente disposto durante longos 180 minutos de duração. Essa insistência do diretor em desdobrar detalhes em seus filmes, gerando um grande acúmulo de gordura nerd, quando unido com o desinteresse histórico pelo filme gera uma enorme sensação de impaciência e insatisfação no público. Resultado: “O Hobbit” não empolgou, e tornou-se apenas uma continuação desnecessária da trilogia original para atrair fãs ao cinema.

    Negar os diversos méritos de “O Hobbit” é ser injusto e cego às belezas de uma produção inspirada. No entanto, atestar que a trilogia tenha um mínimo da importância que os filmes de “O Senhor dos Anéis” tiveram para a história do cinema, é não atestar o óbvio: que dessa vez, não empolgou.

Tópico: Trilogia "O Hobbit": quando um filme é lançado no tempo errado

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Karla Edelweiss | 22/03/2015

"o Legolas ali feito uma gazela" kkkkkkkkkkkkkkkkk

O Hobbit e as Legolices de Peter Jackson

Rafael | 16/03/2015

Quando assisti ao Senhor dos Aneis, foi amor a primeira vista por todo aquele universo fantástico, Elfos Anões, Magos e Hobbits fofinhos. Em todos os filmes realmente o elemento de composição visual e estética é perceptível com uma riqueza de detalhes incrível, a produção é impecável, as cenas de ação, diálogos, tudo flui perfeitamente. Anos se passaram e sai a noticia O Hobbit Vem ai! Eu logo pensei..." Ih sera que realmente vale sair um Hobbit agora" depois de assistir a trilogia em sequência ( sim cansativo mas necessário) afinal é uma obra do Peter Jackson o grande diretor, é mais uma historia do Tolkien vai ser foda.... Esse era meu mantra que repetia mentalmente no começo dos filmes, e pela parte técnica e de produção é impecável sim, o CGI melhorou bastante, cenas de luta, e isso com o artificio do 3D só tem a ganhar quando sao bem utilizados. Agora de verdade não precisava de tanta Legolice... O Amor da tauriel com o killi....o legolas ali feita uma gazela ( legolas não esta no hobbit do livro) Peter Jackson é muito bom com o prólogo dos filmes a sociedade do anel e uma jornada i esperada da pra perceber o quanto ele trabalha bem esses elementos. Mas a desolação de Smaug perde feio pra As duas torres, e sem dúvida o Retorno do Rei ganha com grande vantagem da Batalha dos 5 Exércitos ( que no filme sao apenas 4 ) tem muita coisa usada in corretamente, os vermes que só servem pra cavar e nada mais... A cena de luta que os anões formam a parede de escudos e vc fica esperando que a orda de Orcs se choque contra ela, ai vem de novo a tara do Peter Jackson pelos elfos, que vão pulando na frente do anões, ainda tem a tentativa de emocionar o expectador com o dialogo entre o Thandruill e o Legolas, com aquela fase fraquíssima..."Sua mãe o amava.... Ficam umas coisas sem nexo que transparece pra mim pelo menos que foi feito tipo ( cara vamos adiantar esse filme e encher ele com tanta Nerdice Tolkiana, que a galera vai amar) pra mim o hobbit deveria ter saido antes do senhor dos anéis, ai sim. Claro que essa e só minha opinião de merda.

Re:O Hobbit e as Legolices de Peter Jackson

Boteco a Domicílio | 18/03/2015

Dessa vez eu dei uma discordada. Acho que a trilogia do Tolkien melhora com os filmes. Uma Jornada Inesperada é enrolado demais, achei o mais masturbado. Os outros 2 têm problemas mas são mais divertidos. O último acerta em ter uma hora de duração a menos que seus antecessores. E são 5 exércitos sim: O dos humanos, o dos anões, o dos elfos, o dos orcs normais e o dos orcs de gud...

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